segunda-feira, 4 de abril de 2016

Poesia

Vulcão

Sussurro do solo, rouco.
Som não ouvido, som profundo.
Vem debaixo da crosta do mundo
Por que não ouvi-lo?  Por que tão pouco?

Vêm donde o ódio ao velho carcomido
gera ânsia violenta por destruição.
Vêm debaixo da crosta do mundo.
Feios roncos da nascente geração.

Por que não ouvi-lo?  Por que tão pouco?
Se trarão o que há lá do fundo.
Se nosso belo solo, é pobre e oco.
Se nosso ar vibra um som envelhecido.

Quero o som do fundo.
Que os roncos virem gritos, e os gritos ação.
Que tudo debaixo da crosta do mundo,
suba e cause destruição.

Cléber P. Calça