quarta-feira, 29 de abril de 2015

Sonata a Kreutzer, de Leon Tolstoi

Li a pouco tempo o livro Sonata a Kreutzer, de Leon Tolstoi.
Uma característica que aparece na maioria dos livros do autor é a criticar às instituições sociais. Nesta tragédia ele detona o casamento, retratando-o como um processo inevitável de infelicidade, no qual é impossível que o indivíduo consiga suportar sentimentos como ciúmes, raiva, etc. Valoriza-lo, portanto, seria pura hipocrisia. 
Outra fase do livro é o tremendo impacto do sexo na psicologia masculina. Uma das partes mais interessantes foi a cena do impacto que ouvir a música Sonata a Kreutzer, de Beethoven, causou sobre o protagonista. A música, ao mesmo tempo sensibiliza, potencializa os sentimentos, sejam eles bons ou ruim.







Ótima contribuição artística de uma das maiores inteligências libertárias.  Grande Leon Tolstoi.

domingo, 12 de abril de 2015

Por um radicalismo verdadeiramente de esquerda


Por Cléber Atabike

Fiz segundo grau no meio da década de noventa e lembro quando professores me contavam como a polícia do Quércia descia o cacete em manifestantes nos seus atos. Durante quase toda minha vida ouvi falar que grevistas e manifestantes eram vagabundos. Hoje vivo uma época que a direita leva milhões de pessoas às ruas. O que terá acontecido?
     Acredito que tal discrepância se deve ao que aconteceu em Junho de 2013. Estou plenamente consciente que é pouco provável que viveremos algo semelhante. Quanto a isso não me lamento. O que é importante é que o mês foi um dos poucos momentos em que ideias radicais ganharam aceitação popular. O canal da insatisfação geral foram os manifestantes que realmente entendem a raiz dos nossos problemas, que não reconhecem a ordem vigente, não aceitaram a repressão e resistiram. 

Músicos famosos mostrando em 2013 aprovação aos manifestantes mais radicais, que usam a tática black bloc. Prova que o radicalismo não era tão mal visto como hoje.


Provas do que estou dizendo foi a inesquecível pesquisa do Datena:


Ou seja, as pessoas reivindicaram o direito à revolta, queriam protestos com “vandalismo”. A ordem hegemônica não importava, a mudança valia mais que algumas vidraças (cujos donos não eram aleatoriamente escolhidos) e que o trânsito de algumas vias.
Lembremos os fatos. A resistências à repressão, nos primeiros atos do Movimento Passe Livre (MPL), mesmo com toda violência policial, provocava as reações tradicionais de criminalização dos manifestantes e dos movimentos sociais, reforçada principalmente pelos meios de comunicação hegemônicos. O MPL insistiu com atos sucessivos e não incriminou os manifestantes mais radicais, o que geralmente não acontece com sindicatos e partidos políticos. O número de pessoas foi crescendo de um ato a outro. Até que a violência policial começou a vitimar jornalistas, pessoas de classe média e até mesmo transeuntes. 13 de Julho de 2013 talvez foi o dia que isto ficou mais claro e fez com que grande parte da imprensa se voltasse contra à repressão policial.


Cenas e consequências da violência policial do dia 13 de Junho de 2013


Despertou-se, então, o interesse de milhares em participar de protestos. E no dia 17 daquele mês manifestações gigantescas pararam várias cidades em todo o Brasil. Neste segundo momento via-se quase todas as tendências políticas nas ruas, inclusive manifestantes mais adeptos ao pacifismo e ao nacionalismo. Mesmo assim o radicalismo rolava solto. No próprio dia 17 o portão do Palácio do Governo do Estado foi derrubado. Nos dias 18 e 19 houve vários ataques a ônibus, lojas de grandes cadeias, carros de veículos de imprensa, fachadas de bancos e etc. Houve depredação na Prefeitura de São Paulo, invasão de trilhos e quebras de trem da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), bloqueio da Rodovia Raposo Tavares, da Ponte do Socorro, da Estrada do M’Boi Mirim e da via de acesso ao Aeroporto Internacional de Guarulhos. Fatos semelhantes ocorreram em vários locais do Brasil nestes dias.

Ataque ao Palácio do Governo do Estado em 17 de Junho de 2013


Esta explosão teve consequências profundas no nosso cenário político, a maioria positivas do ponto de vista da esquerda, mesmo sendo muito menos do que necessitamos. Houve derrubada do aumento das tarifas de transporte em mais de 100 cidades. Governantes se reuniram com representantes do MPL. O senado aprovou projeto de lei que torna corrupção um crime hediondo. O projeto da PEC 37 foi arquivado. Além de um patético pronunciamento em rede nacional, a presidente Dilma cancelou uma viagem, determinou que nenhum ministro deveria sair de Brasília, reuniu-se com prefeitos e governadores a fim de elaborar um plano (que não foi cumprido) para aumentar os investimentos em transporte público, defendeu a reforma política e o combate à corrupção e dezenas de outras medidas populares. Pediu apoio de sindicalistas para a realização do plebiscito pela reforma política e tentou convencer líderes sindicais a suspenderem uma greve geral que seria marcada para 11 de julho de 2013.
Ou seja, a simples ameaça de que a população pressionasse o poder a reestruturar o estado alarmou a classe política, que teve que ceder com algumas medidas populares, muito mais próximas às reivindicações históricas da esquerda.
As jornadas de Junho também deixaram um salto organizativo na sociedade. Surgiram inúmeros coletivos, a quantidade de ocupações de imóveis vazios teve um enorme salto, assim como o número de pessoas em atos de rua.
Retomo estes fatos para que não sejamos reféns das análises imediatistas, típicas dos nossos tempos. Este contexto, ocorrido a menos de dois anos atrás, parece que foi completamente esquecido tanto pelos organizadores quanto pelos manifestantes dos grandes atos que estão ocorrendo. Isto vale não somente para os protestos de direita, organizado pelos Movimento Brasil Livre (MBL), Revoltados On Line (ROL) e Movimento Vem Pra Rua (MPV), mas também paro os atos autointitulados de esquerda, como o do dia 13 de Março de 2015 chamado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e o ato do dia 15 de Abril de 2015, chamada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL). Todos eles demonstram grande preocupação em se desvincular dos procedimentos mais radicais e ideias revolucionárias. Por isso acho que têm pouquíssimas chances de provocar tanto impacto como os ocorridos no meio de 2013, mesmo que ainda os superem em número.
Comparemos as Jornadas de Junho aos atos de direita, como o dia 15 de Março de 2015. Mesmo com a dispersão de pautas que surgiu, as Jornadas de Junho foram iniciadas pela esquerda verdadeira e sempre reivindicaram pautas de esquerda, como a redução do preço das passagens. Além disso pediam outro tipo de política, mesmo que de forma mal elaborada.
Já os protestos de direita trazem ideias essencialmente conservadoras e contraditórias, como pedir o fim da corrupção sem o fim do estado burguês, propagar o pacifismo junto com gente que pede a volta dos militares e/ou que agridem militantes de esquerda... Ou seja, são atos essencialmente antirrevolucionários. Que eu saiba, não causaram grandes impactos no governo além de somente alguns pronunciamentos oficiais de ministros. Também não deixam grandes legados à organização social, pois seus organizadores atuam com lógicas empresariais e não fazem trabalho de base. Suas pautas não reivindicam nada de novo: impeachment, falácia neoliberal estado desinchado e mais eficiente, volta dos militares, fim do suposto conflito de classes provocado pelo PT... A gente já viu tudo isso! Nem se quer confrontam a mídia burguesa. Pelo contrário, tem o apoio dela.
Lembremos que após Junho de 2013 grande parte do público não radical deixou de participar dos atos, facilitando a repressão do estado. Isto fortaleceu o discurso desleal de que os black bloc espantam os “bons manifestantes” das ruas, o que é falso pois quem realmente afasta as pessoas das ruas é a violência antidemocrática da polícia. Depois de Junho de 2013 o estado e os meios de comunicação aperfeiçoaram seus mecanismos de repressão. Protestos já estão previstos nos orçamentos das secretarias de segurança, nas agendas dos políticos e dos discursos da mídia hegemônica.
Portanto quem é verdadeiramente de esquerda tem que se esforçar para que o radicalismo volte às ruas e junto com ele as ideias esquerdistas. Isto não significa que proponho a simples destruição de propriedades privadas corporativas e burguesas como forma de luta. Não. A revolução nasce como consequência de longa mudança de consciência, de muito trabalho de base. O que penso é que devemos politizar a violência de manifestantes em atos de rua não somente com quem vai a protestos, mas também nas vilas, favelas, nos locais de trabalho.... Ao contrário do censo comum propagado pela imprensa, o “vandalismo” não deve impressionar mais do que a violência vivida diariamente nas periferias.
Os interesses partidários, o medo de perder o emprego, as concepções políticas conservadoras e reformistas e o imediatismo das análises fazem com que a maior parte das pessoas não tenha coragem de ser justa com o papel dos manifestantes radicais, que sempre enfrentaram e sofreram com as arbitrariedades policiais.
Nosso caminho é longo. Ainda conseguimos muito pouco. A sociedade está se organizando e isto continua invisível aos olhos da burguesia e da imprensa hegemônica. Sendo radicais trilharemos o caminho mais curto na construção da sociedade que queremos.







segunda-feira, 6 de abril de 2015

A crise de abastecimento é reflexo da COMPETÊNCIA do governo

Por Cléber Atabike
Estamos no final da época de chuvas e nossos reservatórios tiveram ligeira elevação no nível de água. Talvez por isso, nas últimas semanas, tenha-se dado menos destaque à crise de abastecimento em comparação com o começo do ano. Mesmo assim o governo e a mídia continuam propagandeando que o consumo domiciliar desmedido é o grande culpado pela crise e que, se fecharmos nossas torneiras, o problema será solucionado.  
A população vem reduzindo o consumo doméstico. Por outro lado, necessitamos, mais do que nunca, de ações governamentais na expansão dos reservatórios; conservação dos mananciais; renovação da rede de distribuição de água e ampliação do tratamento de esgoto. 
Depois de todo sofrimento gerado com a atual falta d’água e as assombrantes perspectivas para o futuro seria de se esperar que a gestão dos recursos hídricos estivesse tomando outro rumo. Mas infelizmente não é isso que está acontecendo, e, por incrível que pareça, o motivo não é a falta de competência do estado.


 
Reservatório de Jaguari, do Sistema da Cantareira que fica em BragançaPaulista (SP)



          Lembremos que só em 2013 a Sabesp lucrou cerca de 1,9 bilhão de reais1 e 49,74% de suas ações estão nas mãos de acionistas privados, que vêm usando este recurso público para especular na bolsa de valores de Nova Iorque!2 Com a queda no consumo doméstico e os racionamentos, houve redução dos lucros da empresa em R$ 1 bilhão3. O governo estadual e seus sócios tentam agora manter seus faturamentos aumentando o preço das contas de água e esgoto. Em dezembro de 2014 elas cresceram 6% e agora, logo no começo de Abril de 2015, recebemos o anuncio que no meio do mês as tarifas aumentarão mais 13,8%. Por incrível que pareça, a Sabesp tentou cobrar tarifas ainda maiores, o que foi barrado pela Arsesp (Agência de Saneamento). Em outras palavras, a população paulistana, mesmo sofrendo todas as consequências da falta de água, ainda tem que pagar para repor o lucro perdido dos acionistas que geraram a crise!
Com menos água e com água mais cara, a corda quebrou pro lado dos trabalhadores assalariados. A Fiesp levantou que, em 2014, a redução do ritmo da produção e a queda da produtividade de 213 indústrias devido à falta d`água levou ao fechamento de mais de 3 mil postos de trabalho4. A tendência, segundo a própria entidade patronal, é que o quadro se agrave ainda mais. 
Demissões estão ocorrendo no próprio quadro de funcionários da Sabesp. Diminuir a folha de pagamento da “estatal” é mais uma estratégia para garantir os lucros dos investidores5. Além disso, a atual crise aumenta a carga de trabalho, pois muitos trabalhadores têm que fechar os registros diariamente, além de atender cada vez mais reclamações da população. Com menos funcionários a pressão no ambiente de trabalho será maior, o que deve piorar o atendimento à população. A tendência será a declaração de uma justa greve. Já imaginou o que isso acarretaria?
Mesmo assim parece que os sócios do estado estão totalmente tranquilos, provavelmente à beira de uma piscina em Miami, vendo o crescimento de suas contas bancárias e sem a preocupação em ficar sem água em casa. Mas quem vive em São Paulo tem que se preocupar com a proteção de nossos mananciais, tem que se preocupar com infra-estrutura de abastecimento de água e de coleta e saneamento de esgoto.
Hoje 79% dos mananciais paulistas estão destruídos e o governo ainda insiste em continuar esta devastação 7,8. Vale lembrar que a vegetação nestas áreas faz com que água se permeie pelo solo e encha os sistemas hídricos. 

Imagens de satélite que mostram a diminuição de área coberta por água no Reservatório Jaguari, do Sistema Cantareira, entre 2010 e 2014.  Fonte:  Site da Revista Época.


A especulação imobiliária, a pecuária e a agricultura são as grandes responsáveis pela perda desta vegetação e provocaram, por consequência, a baixa nos reservatórios. A figura abaixo sintetiza o que acontecia nos mananciais paulistas quando havia cobertura vegetal e o que está acontecendo hoje, quando grande parte da região não tem vegetação:


Ação do desmatamento nos mananciais hídricos


Um bom exemplo de descompromisso com a proteção dos mananciais é o Parque dos Búfalos, área de manancial na zona sul em São Paulo. A prefeitura de São Paulo se associou à construtora EMCCAMP para construir ali mais de quatro mil moradias com recursos do programa ‘Minha Casa Minha Vida’ (tratarei deste caso em outro texto).



Exemplo do valor paisagístico do Parque dos Búfalos, localizado em área de manancial da Represa Billings. Área é usada pela população do bairro para laser, além de ser refúgio de fauna e flora da Mata Atlântica.

Não é menos alarmante a situação do tratamento de abastecimento de água e coleta e tratamento esgoto. Segundo dados do SNIS (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento), só em 2012 a cidade de São Paulo perdeu 36,3% da água tratada principalmente devido a vazamentos na distribuição6. Com a diminuição de arrecadação, a Sabesp prevê investir somente R$ 843 milhões em rede de esgoto, menos da metade dos R$ 1,9 bilhões gastos em 2014. Lembremos que no estado de São Paulo 14% da população simplesmente não tem coleta de esgoto e a capital paulista trata somente 52,15% do esgoto que produz6. Fica fácil perceber porque praticamente não dispomos de rios limpos no nosso perímetro urbano.
Se a crise se agravar, pode sobrar somente as péssimas águas da Represa Billings para consumo residencial. O problema é que elas apresentam muito esgoto, com altas concentrações de metais pesados e poluentes orgânicos permanentes9. Haverá o iminente risco de caos na rede de atendimento de saúde pública se tivermos que usar estas águas. 
Mesmo com tanta omissão na garantia de água barata e de qualidade para a população, o estado se preocupa de maneira exagerada com o consumo domiciliar. No Brasil inteiro, 72% da água vai para o agronegócio, 22% para a indústria e somente 6% para residências 10. Na Grande São Paulo, mesmo com uma população de cerca de 15 milhões de pessoas, quase 21% do volume de água dos seus sistemas de abastecimento são fornecidos à indústria e à irrigação11. Ou seja, ao contrário do que as propagandas governamentais tentam nos vender, a economia doméstica de água minimiza um pouco o problema, mas não o resolverá sozinha.
Mas esta preocupação exagera tem motivo. Além de garantir o lucro dos seus acionistas, a Sabesp tem seus clientes privilegiados, que pagam até 75% menos na conta de água e esgoto se tiverem um consumo mínimo mensal de 500 mil litros. Entre eles está a Abril Comunicações, Ambiental Distribuidora de Água, Citibank, Itaú, Banco Safra, Bradesco, Bovespa, Carrefour, Igreja Pentecostal Deus é Amor, Igreja Universal do Reino de Deus, Mcdonald’s, Honda, São Paulo Futebol Clube, Siemens, TAM, Telefônica, os Shopping Centers Leste e Center Plaza, Itapecerica da Serra, Metrô Boulevard Tatuapé e Itaquera, além de planos de saúde, escolas e universidades particulares, metalúrgicas, condomínios fechados, empresas do ramo farmacêutico entre outros. O mais grave é que, mesmo com a crise evidente, novos contratos deste tipo (de demanda firme) vêm sendo assinados 12,13
A lógica é simples: a Sabesp é vista por seus gestores como uma empresa comercial, e sua mercadoria é a água. O que ela fez nos últimos anos foi simplesmente estimular quem consome muito a comprar mais a mercadoria que vendia. Não por acaso, o volume de água destinado a estas empresas aumentou 92 vezes em dez anos13.

Aumento de 92% no consumo de água, nos últimos 10 anos, de 526 empresas que têm contrato de consumo mínimo mensal de 500 mil litros (de demanda firme) com a Sabesp. Fonte: www.apublica.org13.



Ou seja, a “estatal” está tentando garantir que alguns setores da economia, que são sócios e donos do estado, não paguem pela crise que eles mesmos geraram. A diminuição do consumo domiciliar e o aumento das tarifas, na prática, estão financiando estes privilégios.
Com tantas mazelas pode parecer, à primeira vista, que a crise de abastecimento é consequência da incompetência governamental. Mas, como disse acima, é exatamente o contrário. É fácil perceber que o estado é um grande balcão de negócios e seus negociantes, convenhamos, negociam muito bem. A administração Sabesp deixa isto escancarado. É uma empresa de capital misto. Sua função, aos olhos dos seus gestores, é dar lucro, e nisto eles estão sendo muito competentes. 



Fontes


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quarta-feira, 1 de abril de 2015

A ditadura ainda continua


Por Cléber Atabike

Hoje fazem exatos 51 anos do evento que marcou a ascensão do fascismo brasileiro.

Vale lembrar que foi por durante o regime militar que a polícia militar foi criada.  Por isso acredito que, por mais que os militares não estejam no poder, a militarização das mentes e o fascismo oriundos daquela época ainda vigoram no Brasil.


Temos a terceira população carcerária do mundo e um estado policial que persegue principalmente a população pobre, negro e periférica, com o aplauso dos detentores dos monopólios da mídia e, infelizmente, de boa parte da população adepta destas ideologias.  Enquanto tudo isso não acabar, não podemos dizer que a ditadura não acabou.