terça-feira, 5 de julho de 2016

Nossa força contra do estado, e não contra nós mesmo

      Recentemente estávamos no metrô, por volta das 11 da noite, voltando de uma festa e uns 8 garotos, em turma, pularam a catraca. Foi tão rápido o vigia não pode fazer nada mais do que tentar dar uma rasteiras nos que estavam mais próximos. Fiquei contente em ter visto a cena. Acho que tudo mundo deveria fazer o mesmo. Circular pela cidade é um direito de todos.

       Mas foi triste ver a reação do vigia, um senhor velho e baixo. Ele pegou uma barra de ferro em forma de T, e dizia nervosamente: - Próximo safado que quiser passar aqui eu dou logo na cabeça. Que negócio é esse? A gente tem mesmo é que matar esses bandidos....

   Neste mesmo dia eu tinha ouvido, involuntariamente, uma destas ladainhas clichês no ônibus: - Nós que somos trabalhadores não temos direitos humanos.... policial pega bandido e vem os direitos humanos querendo defender...

    Nossa sociedade é violenta, acredita em soluções autoritárias para todos os conflitos sociais, legitima o violência do estado de maneira cruel. Acredita que a repressão não é a causa, e sim a solução de nossos conflitos.

    Tenho profunda empatia pelos garotos que pulam catracas. Usemos nossa força contra do estado, e não contra nós mesmo.