Como é bom ler romance
históricos!!!! Acabo de ler o livro de Espartaco, Howard Fast.
Sempre evitei ler versões
de histórias em literatura depois de conhece-las em filmes. Mas no caso da
genial e comovente Espartaco não deu, li logo o livro assim que o tive em mãos.
Espartaco é um personagem
histórico, ex-gladiador, liderou um exército com homens e mulheres que fugiam
da escravização. Não me peçam para demonstrar o que foi histórico e o que foi
literatura. Mas a verdade é que na história que conheci ele nasceu escravo e
era koruu, ou seja, filho e neto de escravos. Trabalhou em uma mina na Líbia,
foi comprado por um lanista (negociante e treinador de gladiadores) e levado
para Kapua para ser treinado nas artes de combate. Lá pelas tantas dos acontecimentos
os escravos fazem um motim, conseguem a liberdade, vão libertando escravos em
várias localidades e formam um exército qua combateu contra Roma.
Tanto o personagem
histórico quanto as três narrativas escancaram a legitimidade dos oprimidos em
se rebelarem e o valor da luta por liberdade. Mais do que isso, retratam que as
bases do que chamamos civilização e do estado é, no fundo, pura violência e
controle social.
Espartaco foi o símbolo
da revolta do povo, cujas ações ameaçaram de fato o poder. Tanto é verdade que Roma
dispensou grande quantidade de recursos e sangue de soldados para vencê-lo. Charles Hainchelin em A Origem da Religião, chegou
a especular que se o exército de escravos tivesse vencido Roma, hoje não
seríamos cristãos. Espartaco seria uma espécie de substituto materialista de
cristo. Enquanto Jesus morreu na cruz como o salvador e prometia salvação após
a morte, o líder dos escravos prometia libertar o homem na Terra, e foi
crucificado junto aos seus iguais.
Recomendo as três
versões, porém, se for escolher uma delas, escolha o livro de Howard Fast. Na maioria das vezes, penso eu, a arte
literária nos dá muito mais que o cinema. Apesar disso, o filme de Stanley
Kubrick de 1960 foi simplesmente o melhor filme que já vi!!! É interessante que no livro Espartaco não
aparece tanto nas cenas. Howard Fast muitas vezes lança mão dos efeitos flash
back, em que os acontecimentos são contados pelos próprios personagens. Espartaco
aparece muito menos que nos filmes. Esta liberdade proporcionada pela
literatura acho que complicaria o grande épico filmado 1960, que foi narrado de
forma bastante linear.
De qualquer forma na
versão de Stanley Kubrick incluiu cenas simplesmente memoráveis, como quando os
escravos dizem que todos eles eram Espartaco (já chorou vendo-a) e a cena final
em que Varinia, sua mulher, apresenta-lhe o filho do casal durante a
crucificação de Espartaco.
Já o filme mais recente, de
Robert Dornhelm, me deixou um pouco irritado no começo, pois gostei tanto da
primeira versão que senti que estava vendo um pecado ao perceber a história sendo
contada de outra maneira. Ao longo das cenas percebi que Espartaco era
retratado de forma mais humanizada e não como um herói como no épico dos anos
60. No final admiti que o filme é muito bem feito e também vale a pena.
Por isso, se forem
escolher, vejam todas as três versões deste fantástico símbolo das lutas dos
oprimidos.
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